terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Que te dicen las estrellas
Cuando caminas per la noche
Que te indica la Luna
En las madrugadas solitarias.

O que te aqueje, las frías
Noches del invierno?
En que sientes lo viento frio
Secar-te los labios.

O que resta dos teus sonhos?
Porque te exprimes numa língua que não dominas e não é tua?
Uma língua contra a qual foste educado para lutar!

Que fascínio te move?
Será a aventura? A diferença?
Ou será a saudade do tempo de criança, em que com palavras simples e puras, contavas sonhos de verdade numa primavera de esperança!




Afectos, autismos e parvoíces.


Afectos



Felicidade


Vi o que vi
Senti o que sofri
Ri porque ri
Ali não aqui.

Amizade sem interesse
Amor sem paixão,
Sexo com ternura,
Estupidez pura e dura
E muitos actos de loucura.

O importante é ser feliz.
Que é como quem diz
Tenho tudo o sempre quis.



Amiga


Amiga, mas não irmã
Ombro amigo sem ser amante
Porto de abrigo
De uma paixão errante
Conselheira confidente
È só amizade que arde?
Quando olhares cruzam de frente!
Numa conversa! Amiga?

Olhos nos olhos
Amizade sem Paixão
Porquê esta descontracção?
Este à vontade
Para só falar verdade
Numa conversa sem tempo
Que deixa saudade
Do terno momento

Em que as palavras transportam
Um doce sabor de magia
Que é a alegria
De celebrar a amizade
Por mais um dia



Sul



Faz chuva, faz Sol,
Como a vida é incerta.
Tão má para quem nunca acerta.
Não quero a incerteza
Que leva a avareza

Mas a natureza é caprichosa
Como a mulher beleza,
Que está fria ou quente
De forma inconsequente

É como o tempo do norte
Só faz Sol num dia de sorte
Quero uma mulher ardente
Sempre quente

Como o Sul
No sol no horizonte
Sempre quente.
Sempre igual e diferente
Mas quente.




Irmão


Irmão Germano
Serás sempre meu mano
Sob o mesmo tecto
Nascido e criado.

Que raças tão diferentes
Das mesmas sementes.
O que penso, não, sentes.
O que sinto, não, entendes.

Vejo um tigre,
Vês um gato.

Se for tigre,
És comido como um pato

Se for gato, vês a realidade
Melhor do que eu de facto







Rio


Rima Lima Rimou
Não o esquece
Quem por aqui passou.

Rima com rima,
Rio lima
Não é de espantar
Com rima rimar.
Nasceu para encantar
Lindo para sonhar.


Rima lima
Rio lima
Vou em ti viajar
Sem sair do lugar.

Lindo rio, verde veiga
Gostava de navegar
Terna e eternamente
Ao sabor da corrente
Esquecendo para sempre
O amor que não soube conquistar.



Autismos



Calem-me



Que coisa atroz
Calou-se uma voz
Para bem de vós

Finou-se, tenho dito
Estou farto de ser proscrito
Não digo mais asneiras tenho dito

Mas conseguirei parar de pensar
Ficar calado e conformado
Esperar pela morte, enfastiado
Pois então quando ela chegar
Ficarei para sempre aliviado




Loucura


Loucura e á fuga da realidade
De quem abomina a verdade,
Foge para a ficção
Experimenta uma nova direcção.
Mas será a perda da razão
A procura da felicidade?
É o poder da mentira, dentro da mente
Que esconde a verdade à alma que é gente.

E a pessoa acredita porque a verdade pode ser dura,
Alias, a loucura é uma fuga, da realidade
Criando alternativas, que podem ser novas facetas da realidade,
Alguns loucos mudaram o mundo.
Mas muitos mais, morreram seguindo loucuras
De gente louca, com ambição de fazer sua a verdade.

Foge para dentro de ti,
Cria um mundo que é só teu
E serás mais um louco.
Que morreu mas não viveu





Etologia do Homem


Aprende-se mais sobre o homem
Estudando a vida dos babuínos,
Do que estudando filósofos sabichões
Com teorias para enganar meninos.
Não passam as filosofias de meros resumos,
Da realidade tão longe da verdade.
Que é o facto do instinto animal do homem
Ser a força motora de toda a sociedade.
Todos os actos levam de uma forma ou de outra,
Mesmo que pareçam contraditórios,
Às leis do instinto de qualquer animal.
Seja ele estúpido como uma galinha
Ou fino como um rato
Que leis tão simples:
Comer para viver;
Sobreviver haja o que houver;
Reproduzir, o máximo que puder

Tanto acto reflectido,
Que no fundo não passam de milhares
De combinações diferentes
Para seguir as leis de vida
Como segue outro animal qualquer.






Escrevo por brincadeira,
E digo muita asneira
Para animar a malta porreira.

Mas não há maneira de por a malta a pensar,
Parece que já está programada para se deixar levar.
Como se fosse uma manada assustada!

Todos seguem a manada
Tem medo de ficar sós.
E a diferença entre só e nada
Se existe ninguém dá por nada.




Liberdade

Liberdade é andar na rua, sem nada para me preocupar,
Totalmente livre, sem sequer desejar.
Uma mulher para amar.

Percorrer despreocupadamente, uma cidade ou um lugar
Lentamente a observar, as preocupações da gente que passa,
Histórias de vida que se estão a desenrolar.

Vejo que no jogo da vida, tudo passa.
Tudo é um momento, mesmo o maior tormento
Porque depressa passa o tempo
E sempre o mesmo tempo, a mandar.

Ninguém manda no tempo
Que passa sem pestanejar
Passa sempre. É pontual
Para o bem ou para o mal.




Parvoíces


Os três outra vez

Calhou-me na sorte
Na compra de um jornal,
Um livro de poemas
Com muitos poetas e seus poemas.

Nunca tinha lido tal coisa.
Pensei! Vou mudar de sexo?
Ou vai acontecer,
Qualquer coisa asquerosa
Eu não nasci para esta prosa.

Nada aconteceu
Senti a emoção de ser
A primeira vez



Macacada

Aldeias de macacos
Cheias de homens
Os mais macacos de todos os macacos
Vingativos e ingratos
Finos como ratos


Macheza

Fogo húmido ardente
Vamos regalo com semente
Machos valentões
Preparem os canhões
Vamos vencer os cabrões

Vamos emprenhar toda a gente
Seja fêmea ou homem decente
Vai tudo na frente.




Pobreza

Pobre é alguém que tem menos que os outros
Pobre de espírito não sabe o que quer
Mas quer ter mais que os outros
Pobre verdadeiro e aquele que pensa com o estômago
A dar horas o dia inteiro.



Coragem

Um Leão é um Leãozinho
Quando esta sozinho
Hesita no caminho
Procura carinho
Quem é que lho poderá dar?

Uma leoa certamente
Não poderia ser uma fêmea
De espécie diferente



Crise imobiliária

Vinte macacos fardados
Com fatos engomados
Os pescoços magoados
Que pelo nó da gravata estavam apertados
Morreram enforcados
Com cara de cromos chapados