sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Nataval

E o pai Natal vermelho, inventado pela coca-cola
Teve tanto sucesso, que é estudado na disciplina de história
Reservou para o consumo toda a glória,
Jesus passou à história, é coisa de pobre
De gente que não consome



Nataval

Natal com sabor a carnaval.
Andam todos mascarados.
Vestem fatos de pai natal.
Colocam o avental!!
Que por cima das gravatas até nem fica mal,
parece que são as fadas do lar de Portugal.
Mas não nos preocupemos, para o bem geral,
depois do ano novo tudo volta ao normal.


M.A.D.

Macho alfa dominante!
Deixou de ter lugar,
no mundo que se está a inventar.
Com caldos de galinha,
quebraram a sua espinha
fizeram o que ninguém sabe
mas muita gente adivinha:
O alfa dominante transformou-se.
No beta ruminante.
Felizmente no meio da manada
e para sobrevivência da espécie
surgiu uma mutação!!
O alfa beta que parece pateta,
com anedotas,
leva os outros na pandeireta,
passando de beta a alfa,
enquanto o diabo esfrega o olho,
sem franzir o sobrolho
depena o seu semelhante,
ou corta a sua goela num instante.
Consoante a ocasião é de paz
ou de guerra!

Macho alfa beta dominante!!
Terá um futuro brilhante
enquanto não fizerem,
dele um ruminante
Permanecera arrogante?
Será primo do Rocinante?
Será mais um Quixote?
Que temos por diante?
Ou provará a aspereza
da sua macheza
cometendo uma palermice
que será apenas mais uma parvoíce
daquelas que não fez! mas disse.


Gladiador

Dar uma facada
Matar com uma estocada
E a coisa simples mais estudada
Requer uma coragem danada
E preciso sentir o pulso
Cheirar o sangue.

Dar uma facada
Matar com uma estocada
É de predador
Matar rapidamente, sem dor


Gladiador e toureiro
Sentem as mesmas sensações
São percorridos pelas mesmas emoções.
Sentem no estômago as mesmas aflições.
Sabem bem que se esquecerem as lições,
Não tem tempo para reflexões
São colhidos na resposta
De quem ainda tem esperança
E na vida tudo aposta


F.A.D.


Fêmea alfa dominante
é a nova esperança.
Tudo faz, tudo alcança,
tem o poder da decisão
porque trabalha!
Se alguma coisa não compreende,
não se atrapalha.
Trabalha!
E se algum macho lhe discute a liderança?
Mata-o enchendo-lhe a pança.
Tudo faz, tudo pode fazer,
Até o que está na moda e é chique,
matar com um joystick.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Podridão

Os Pessoas que derrotaram o comunismo

O cinismo derrotou o comunismo,
Gente que disse sim pensando não
Não fez nada a não ser obedecer
Cumprindo o mais devagar que podia o seu dever.
Lutando no silencio, boicotando!
Sim boicotando quando ninguém estava a ver,
Minando até apodrecer a ditadura, com que tinha que viver.

Foi de surpresa que caiu,
O grande estado eterno.
Todos tinham percebido
As elites e as plebes,
Que o sistema não batia certo
Contava mentiras sem um resquício de verdade
Ninguém acreditava mas todos fingiam
Fingiam acreditar. E fingiam tão bem!
Que se acreditava que o sistema estava bem.
Nem valia a pena sondar opiniões
Pois todos sabiam as lições
E não discordavam da ideologia
Se não morriam de alergia
Ou de outra doença na moda nesse dia.
Pois o sistema tinha evoluído
E estava fora de moda eliminar a dissidência por hipotermia.

JN – Setembro 2009


Ao contrario do prometido, o George Young não terminou o futuro grande romance, que promete ser uma ode à estupidez “A Tribo dos Cromos” e regressa com histórias para crianças.


A Epopeia das Rosas

No jardim da hipocrisia
Florescia a demagogia,
Nasceu uma linda rosa
Sem a cor que o chefe queria.

Era uma linda rosa branca
Que irradiava energia.
Mas a magia da beleza
Não alegrou sua alteza,
Queria rosas cor de rosa
De acordo com a sua prosa.

Ordenou ao jardineiro
Para trabalhar o dia inteiro.
Ou fazia rosas, cor de rosa.
Ou ia para o galheiro.

O pobre jardineiro
Trabalhou o dia inteiro.
E foi mesmo por magia
Que no fim do mesmo dia,
Floresceram, muitas rosas,
Mas nenhuma cor de rosa.

Eram todas tão bonitas,
Que o pobre jardineiro
Chorou de alegria,
Mas chegou o chefe a correr
E começou logo a tremer.
Umas rosas eram vermelhas
Outras da cor de uma laranja.

Chamou logo o pessoal,
Para remediar o mal,
Surgiu logo uma ideia
Que era mesmo genial
Vamos pintar as lindas rosas
Com um rosa cor de rosa
E não vai ficar nada mal.

Pintaram-se as lindas rosas
Com um rosa, cor de rosa,
Mas veio o orvalho da noite
E desbotou a pintura,
Surgiu um rosa choque
Da cor de uma ditadura.

Chegou uma linda senhora
E disse ao chefe com ternura
Que coisa tão horrorosa.
Desperta recordações de amargura

Surgiu logo a decisão
Vamos dar as lindas rosas
Uma segunda demão.

Mas com tanta tinta tóxica,
Desfizeram-se as lindas rosas
Em lindas pétalas cor de rosa.
Desfez-se uma a uma
E não sobrou uma para amostra.
A história já ficava famosa
Começando a chacota
A por muitos dentes à mostra.

Já a entrar em desespero
Reúne o chefe em segredo
A sua cara metia dó
Mas a gente tinha medo.
Apareceu o secretário,
Com a sua cara de otário
E disse muito assustado,
Que havia muito papel no armário
Cor de rosa muito rosa.

Disse o chefe ofegante:
Já tenho a solução brilhante,
Vamos fazer rosas de papel,
Será uma cópia fiel.
Corram todos para o armário
Justifiquem o salário.

Fizeram lindas rosas
Mas surgiu uma chuva impiedosa
Que destruiu o papel.
Com toda esta trapalhada
Surgiu uma grande gargalhada.
Tão grande que não se ouvia mais nada!

E o chefe em desespero,
Mandou arrasar o jardim
Com uma injecção de cimento
Colocou lá um projecto pin.
E o seu cérebro pensou assim
Com a comissão que sobra para mim
Vou gozar a reforma
Quando ninguém se lembrar de mim...

Para o Infínito

Deus abençoe, a América
Para o infinito e mais além
Toy story

Capital

O capitalismo serve-se do egoísmo
Para servir egos e vontades,
Todos se esforçam por dar produção.
São escravos de um sonho
Um sonho lindo!

Tudo é possível na verdade
Mas atendendo às leis da probabilidade,
A maioria vai viver o pesadelo da realidade.

O capitalismo evoluiu, é certo
Não é fruto das ideias de um punhado de homens
É como um ser vivo que reage segundo as leis da vida

Mas quando se chama liberalismo puro e duro,
Com ausência de mecanismos de controlo,
Que impeçam grandes oscilações dos equilíbrios
Acontecem grandes desgraças
Ou crises!

Mas também não se pode esperar muito,
De algo que se baseia no egoísmo
E esquece o altruísmo!



Materialismo


Chegaram tão longe os filósofos gregos,
Desvendaram, tantos segredos,
Que parecia que anunciavam
O fim dos mitos e dos medos.

Avançamos tanto desde então!
Segredo após segredo,
Demos razão à razão.

Parecia que a natureza,
Era um simples enredo,
De uma longa serie de televisão.

Reflectindo sobre o breve período de uma vida
Não se descobre a falsidade dos mitos
E ampliam-se os medos
Porque não se tem o conforto de uma religião.


Poema de assustar

Sou um corpo sem alma,
Um aeroporto para encarnar,
Vejo almas partir e voltar.
Observo-as com atenção e calma

Não as quero.
Não as deixo ficar,
Entre o chegar e o partir
Algo há-se sobrar.

Voltarei a ter alma?
Noutro mundo se calhar.
Será uma nova experiência.

Não tenho medo,
Não me deixo assustar.
Mas digo em segredo
Que não estou a brincar


Fuga


Quero sair, partir, fugir,
Lutar, sentir, existir,
Respirar a brisa
De uma vida que deixa saudade.

Porque foi vivida
Sentida, sofrida
Amada e perdida.

Encarnações

Encarnação reflectida

Analisar um poema
pode ser psiquiatria à distância,
diz o que lês e tomam conhecimento do que sabes.
Fazendo um poema revelas sentimentos,
reflexões e pensamentos,
que deixam de ser teus
e são lançados aos ventos

È possível mentir nos sentimentos?
Sentir uma mentira!
Odiar quem não se conhece?
Amar uma desconhecida?
Encarnar numa alma perdida?

Vender um poema de amor,
a um estupor pouco inspirado,
para com ele cantar um fado.
Numa serenata de engodo,
cuja verdade não é amor em fogo
mas um capricho serôdio.

Louvar um ditador,
que causa sofrimento e dor,
mentindo com a vaidade
de quem faz a verdade.

Elogiar dinheiro e poder
para não comprometer
os pequenos prazeres,
de uma vida hedionda.
Que nos arrasta como uma onda.

È esta a capacidade do bom político.
Do mais comum dos aldrabões
e do mais simples poeta.
Encarnar na alma do semelhante.
Pensar e sentir na sua pele,
obtendo um retrato fiel
Da sua possível reacção
ou mera meditação.

Aldrabão, poeta e político,
são personagens que criam
o seu próprio circo.
Constroem o mundo que imaginam.
Encarnam a alma do público.
Para de seguida num encantamento,
introduzir a sua alma no corpo desse mesmo público.
Será assertividade ou jeito para actor?
Actor não porque neste caso só conta o aspecto exterior
Mas o teatro terá que bem desempenhado
Ao mesmo tempo que imaginado…



Pecúlio final


Criança com esperança,
de um futuro de bonança.
brinca criança.
Com a inocência da infância,
não percas a felicidade,
pois quando a perderes
Serás adulto.
Com saudade dos tempos de criança.

Em que brincavas e acreditavas,
que em todo o mal há esperança
e em todo adulto ainda mora a inocência
de uma criança.

A criança sucumbiu
abafada pelo que a vida proibiu,
mas a criança vai voltar
quando a hora da morte chegar
E só vai recordar. Que bom!
Ter tido tempo para brincar.



Eu macaco

Burro que caminha pela serra acima,
dá-me a tua alma, estou farto da minha.
És burro! Serás inteligente?
É indiferente, tens alma
E muita! Muita calma!

Estou farto de ser macaco,
embora me chamem primata
sou penas o que mata
Mata o tempo matando
tudo que anda na mata.

Mata sem necessidade,
aproveita todas.
Manhas e artimanhas,
para fazer todas as coisas
que há natureza são estranhas


Touro de cobrição (1)

Grande curtição
encarnei num toiro
estou sempre com erecção
com toda a vaca estoiro.

Grande vida na lezíria,
mas de repente!
Um macaco faz-me frente.
Surgem mais de repente.
Uns por trás outros pela frente
não adianta ser valente.

Estou aprisionado
numa gaiola encarcerado,
eu que não cometi nenhum pecado
e para piorar o fado.
Há macacos por todo o lado.

Macacos do carvalho
mexem na ferramenta
espremem os tomates
malditos macacos.

punhetas de macacos
estou feito em farrapos.
Cheguem perto dos cornos
que vós furo os olhos.

Mais vale morrer
que servir macacos.
Pois sentem prazer
Em fazer sofrer
E ainda por cima gostam de mexer.

sábado, 6 de dezembro de 2008

"especialismo"

A alemã da minha vida
era uma linda alemã
mas parecia que era de cá!
Loura de olhos azuis,
parecidos com os de cá

Todos diziam que era portuguesa
para sua grande tristeza
ninguém estranhava a sua beleza.

Depois de muito analisar
e também falar.
Com os cromos que ia encontrando.

Dei por mim com ela falando,
acerca das feições
e diferentes compleições.

Existe uma zona no norte da Alemanha.
Que as feições são como as de cá.
Cromos de qualidade
como os de entre douro e Minho
Que sempre houve e haverá!
Mas é uma zona mal afamada
porque os habitantes de lá
tem fama de parvos!!!!
E entram em todas as anedotas.
Que há por lá!

Expliquei à menina
Que não podia ser!!!!!
Embora existissem, semelhanças físicas, especialmente nas terras pequenas terminadas em “ães” balugães, romarigães, alvarães, etc. As psicológicas não coincidiam pois em Portugal só existiam anedotas de alentejanos, nunca tinha tido conhecimento de alguma anedota relacionada com bimbos e até hoje não tomei conhecimento de nenhuma