terça-feira, 6 de abril de 2010

Mandriando




Não dou por perdido o tempo que passa
Quando percorro as ruas e a calçada da praça
Desloco-me com calma oxigenando a alma
Observo o que vem e o que passa
Coisas lindas, coisas feias nas minhas ideias
Formulo pensamentos

Decifro o que vem e o que passa
Não opino, não subestimo
O poder da minha mente
Porque se opinar estarei certamente errado
Porque o que vem e o que passa
Faz parte de um enredo de que eu não conheço o segredo
Observo, recolhendo imagens, sons e emoções

Sinto-me um gravador do mundo
Mandriando no pensamento
Pensando quão doce este momento

Não dou mesmo por perdido o tempo que passa
Quando percorro as ruas e a calçada da praça
Mandriando, caminhando
Observando, mandriando, caminhando
Quiçá pensando

Uma casa nova ali, uma moça bonita acolá
Uma bunda de arrasar a passar
Um deslumbre de mulher a aproximar
O oxigénio nos pulmões a entrar
Uns seios expressivos
Uns velhos apreensivos

Não dou por perdido o tempo o tempo que passa
Quando percorro as ruas e a calçada da praça
Mandriando pensando
Divagando, observando gravando…..envelhecendo.