terça-feira, 8 de dezembro de 2009

MOLICEIRO



Encontraram-se o triste e a tristeza
certo dia em Veneza.
Não lhe acharam qualquer graça,
criticaram os que glorificaram a sua beleza.
Que lugar para viver com a água sempre a subir e a descer!
Mas achou graça a tristeza aos comentários do triste.
Que de tão triste tão triste, tudo o que dizia parecia um chiste!
Encontrou o triste, beleza na tristeza
O triste deixou de ser triste por namorar a tristeza
A tristeza sentiu-se menos triste, surpreendida:
pelos sentimentos despertados pelas fragrâncias do amor.
Claro que se deu um final feliz.
O triste formou um par monogâmico com a tristeza.

E como se diz no final das histórias:
Se bem viveram bem morreram:

Voltaram ao lugar do seu primeiro encontro, na forma de alma penada
onde triste se fez feliz e a alegria passou a ser o estado de espírito da tristeza