quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Passarinhos, pássaros e passarões
Fico ou vou
Esqueço-me de mim
Assim como assim
Terei o mesmo fim
Partirei enfim
Morrendo e desaparecendo
Deixando uma memoria
Que se irá desvanecendo.
Desta vez vou
Não fico
Quero ver de perto
O belo e o magnifico
Mas onde está o belo?
O que se entende por magnifico?
Será um Ferrari amarelo
ou um velho chinelo?
Anatomicamente moldado
com um cheiro de usado!
Pairar voar
Sentir amar:
A frescura do ar;
A paisagem a passar,
linda, espectacular!
Voar pairar
Amar sentir
Cheirar o MAR
Experimentar a maresia
numa fria noite de luar,
em que o corpo aquece
com a emoção de voar.
Cria corvos
e eles te comerão os olhos
Mas que podem gerar os corvos?
Senão corvos que comem olhos!
Por instinto ou por tanto verem
os corvos dos seus pais a deglutir
os olhos de muitas aves,
muitas delas corvos.
Os corvos cumprirão o seu destino
comerão os olhos de seus pais
como estes já o fizeram
com os dos seus ancestrais.
Quando os corvos pais
soltarem os últimos ais,
morrerão tranquilos
porque os corvos dos seus filhos
que também são pais,
cumprem o destino de todos os corvos banais.
Os corvos só se livrarão da sorte dos seus semelhantes e iguais
se uma ave de hábitos desiguais,
lhes trocar as voltas do destino trocando-lhes os ovos
que gerarão os filhos, dos quais vão ser pais.
O pássaro assim gerado, não será um pássaro malfadado,
mas sim um cuco, a mais ignóbil de todas as aves
que para os seus rebentos arranja outros pais.