quarta-feira, 10 de junho de 2009

Um “ Fassista” do caralho

Diz-se que os homens são todos iguais
apesar de todos serem diferentes!
Não é verdade, o diferente jamais será igual.
Porque se não for diferente? Será obviamente igual.

Surgem situações na vida em que se chega perto da igualdade.
Onde um certo grupo de seres humanos, por imposição externa,
vive situações tão idênticas, que pode surgir um sentimento de igualdade.
Situações estas que propiciam as maiores amizades!
As mais comuns são os bancos da escola e o serviço militar.

No meio deste pensamento vêm a memória do macaco
Um momento caricato, vivido por um amigo do macaco que passo a transcrever:


Estava eu no ensino superior, preparando-me para abalar de comboio, para um fim-de-semana em família, quando observo um amigo desesperado a percorrer a estação. Com os seus olhos esbugalhados, fitou-me e dirigiu-se em minha direcção.

Ao olhar para ele pensei logo, eh pá “ganda” moinante deve ter pelo menos duas directas nos cornos.

O moinante chega a minha beira e diz: Faltam-me cem paus para o comboio! Tens?
Ao que respondi: Claro que sim. Abri a carteira e peguei numa nota de cem escudos e entreguei-lha. Enquanto eu fazia este simples gesto, o moinante deitou o olho para dentro da minha carteira, observou uma nota de quinhentos escudos, e exclamou:

ÉS UM FASSISTA DO CARALHO.

O moinante abalou de seguida e eu fiquei a remoer o sucedido. Agitando-me os seguintes pensamentos:
“Ganda” cara de pau! Eu fascista!
O moinante estourou esta semana só na lerpa mais de dez contos!
Eu nem metade gastei,em todas as despesas.De cinco contos sobraram-me quinhentos paus.
(Poderiam ter sido seiscentos!!!)

O cara de “catano” desfrutou à grande com a namorada, linda moça por sinal.
O desgraçado praticamente só a procurou para o “rendez-vous” !!
Andando a moça necessitada de conversa e eu desocupado de amores acabei por perder mais tempo conversando com ela, que este moinante desgraçado. Mas o “fassista era eu!”

Aí passei-me e comecei a procurar o gajo pensando na melhor forma de o insultar: chamar-lhe comunista filho da puta seria pouco, mas como não ganharia nada com isso acalmei.
Tomei uma decisão, como já sabia que os cem paus eram “emprestadados” não iria sequer dignar-me a pedir-lhos de volta.

Para esquecer o incidente fui comprar uma leitura para a viagem.
Dirigi-me à papelaria mais próxima e pedi: O Jornal. Como já era costume entre os vendedores, este também olhou para mim e disse: O jornal? sim senhor! Mas qual? O semanário o jornal evidentemente! Respondi (O Jornal era o nome de um semanário da altura ).

Moral da história – Menos mal ser chamado de parvo do que “fassista” do caralho